segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A psicologia da não mente : Livro recomendado

Autores: Naidea Nunes, Agostinho Vieira

Ano Edição: 2010

Editor: EDITORIAL MINERVA

ISBN: 9789725917725
 
"Assim como a lei da gravidade existia antes de ser descoberta e continuará existindo, mesmo que toda a humanidade se esqueça dela, o mesmo acontece com as leis do mundo espiritual, que criou e governa o cosmos, ou seja, tudo o que está criado.
No conhecimento dessas leis espirituais, universais ou cósmicas, os seres humanos encontram todo o conhecimento de que necessitam para se desenvolver física, moral, ética e espiritualmente (a mente espiritual).
Saibamos acolher em nós o divino que temos e somos. Só assim compreenderemos tudo como um todo. A partilha desse sentimento de união fará com que cada um seja e expresse o melhor de si em si mesmo.
É preciso amar muito o amor. Só amando o amor por ou com amor é que realmente (na mente real) descobriremos seu verdadeiro significado, sua verdadeira expressão e a realeza de sua essência.
Saber amar é saber se deixar amar. Só dessa forma é que experienciamos o poder e a força que o amor tem. A psicologia da não mente é a psicologia do verdadeiro amor, daquele que (já) não nos mente."
Naidea Nunes

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

SUPERNOVA DE AMOR

Certo dia, Vivekananda perguntou a Paramahansa Ramakrishna:

"O senhor diz que o Divino Amor está em tudo, mas há pessoas que expressam somente atitudes e pensamentos sórdidos. Como ver o Divino em quem apenas pensa em levar vantagens sobre os outros?

Como falar de Espiritualidade nesse mundo tão sofrido e cheio de violência e materialismo exacerbado?"

Paramahansa Ramakrishna riu e disse:

"Mesmo no coração cheio de ódio está cintilando no sombrio horizonte uma pequena luz. Ela espera e ama em silêncio. Ela sabe que o ser a encontrará em algum momento. Quando isso acontecer, ocorrerá um big-bang e um novo universo surgirá cheio de radiância. Então, surgirá o homem estelar renascido das cinzas de seus próprios equívocos. A pequena luz é o sol de amor encerrado no coração do homem sombrio. O tempo fará justiça a essa pequena luz. Ela será uma super-nova de amor."

Fonte Imagem: http://www.albigen.net/related-teachings/patanjali-yoga.aspx

Eventos Novembro: Academia 'Bhrama Kumaris

Apresentação do livro "Meditação, Experiência de Paz e Felicidade"


20/11 Espinho ;
22/11 Estarreja ;
28/11 Samora Correia


21/11 - Curso Pensamento Positivo Golegã

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Hatha yoga na Quinta dos Moínhos de S. Filipe: Setúbal

Workshop “Introdução ao Sânscrito – Módulo I” no PazPazes no Porto


Data: 13 de Novembro de 2010
Horas: 15h às 19h

Local: PazPazes, Rua Antero de Quental, 155 (junto à Igreja da Lapa), 4050-056 – Porto – PazPazes

O curso tem uma duração de 4 horas sendo o valor por donativo com inscrição prévia para que todos os participantes possam receber uma apostila do curso.

Este encontro destina-se a quem tiver interesse em iniciar a sua aprendizagem de Sânscrito, com aplicação ao Yoga, Vedanta e Ayurveda.

Abaixo os detalhes sobre o conteúdo do curso e as formas de inscrição.

"A linguagem Sânscrita, seja qual for sua idade, é de uma linda estrutura; mais perfeita que o Grego, mais copiosa que o Latim, e mais precisamente refinada que os dois."
Sir William Jones, 1786

Pontos a abordar:
- visão geral da linguagem,
- o silabário devanagari,
- numerais,
- guia de pronúncia.


Bibliografia recomendada:
"A Linguagem Sânscrita", Anabella Magalhães, Oficina de Livros


Inscrições: 
938181676 (Bruno Teixeira)
Email: om.pazpazes@gmail.com.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pedro Choy : Uma lição de Vida.

É bom conhecer estes "finais felizes" que não são muitas vezes ... noticiados!
Para quem não leu a revista Nós, aqui fica um dos textos.
É a história de Pedro Choy.

Uma verdadeira inspiração, o poder da determinação pessoal para traçar o rumo desejado para a sua vida.
Olhando para ele, para a forma dominadora como fala, para o modo seguro como trabalha, avaliando as 18 clínicas que tem, espalhadas por todo o país, ostentando o seu nome, metade português, metade chinês, "Clínicas Dr. Pedro Choy", medindo e pesando o homem, o médico, Pedro Choy, ninguém diria, dessa análise precipitada e ligeira, que nasceu pobre. Mas nasceu. Muito pobre. Tão pobre que só teve electricidade aos 15 anos. Tão pobre que as instalações sanitárias da sua pobre casa, em Almeirim, eram no fundo do quintal e consistiam num buraco feito no chão, rodeado por uma cabana de madeira feita por si e pelos irmãos, com tábuas e pregos. Tão pobre que, todos os anos, Pedro Choy e os irmãos tapavam esse buraco com terra e abriam outro buraco ao lado.



Pedro Choy nasceu em Macau e veio com três meses para Portugal, mais concretamente para Almeirim, onde vivia uma avó (mãe do pai). Um ano depois, rebentou a guerra colonial e o pai foi para Macau , onde ficou 14 anos. A mãe de Pedro Choy, chinesa, ficou sozinha com quatro filhos, três rapazes e uma rapariga, numa terra estranha, sem falar uma palavra de português. "A minha mãe, além de ser chinesa, vestia-se de uma forma completamente chinesa. Naquela altura, em Almeirim, nunca ninguém tinha visto um chinês. As pessoas andavam atrás dela como quem vê um extraterrestre. Faziam fila para a ver. A ponto de, um dia, ela ter desatado a fugir e ter caído, porque tinha medo. Por outro lado, o meu pai era o único adulto com quem ela conseguia falar, dado que não falava português. É uma sobrevivente, a minha mãe. Uma mulher muito especial."

Quando chegou a Portugal , e sobretudo a Almeirim, a mãe de Pedro Choy desconfiava que algo de muito sério se passava. Acostumada à densidade populacional da China , estranhava a escassez de pessoas. "O meu pai assegurava-lhe vezes sem conta que não havia nenhuma espécie de guerra, que estava tudo bem. Não havia nem guerra, nem peste, nem epidemias. Porque ela não conseguia acreditar que a população da terra fosse mesmo só aquela, que não estava ninguém escondido ."

A avó de Pedro Choy morava numa casa igualmente pobre, com chão em terra e divisões improvisadas pelos netos, com tábuas. Era cauteleira e vidente. Na terra era conhecida como "a bruxa". "Lembro-me de passar de ouvir as pessoas dizer: 'Lá vai o neto da bruxa'. Não foi fácil. Fomos vítimas de chacota, não só por sermos pobres mas também por sermos chineses. No meu caso, por exemplo, inventavam-me nomes. Chamavam-me 'Choy-Roy-Foy-Coy-Moy...', tudo acabado em oy." Mas Pedro foi educado para ser forte. O pai ensinou-o a dar como resposta: "Pois é. É por isso que sou melhor do que tu."
Pedro Choy e os irmãos cresceram e fortaleceram-se, num ambiente hostil. Apesar da pobreza, os "filhos da chinesa" e "netos da bruxa" nunca andaram sujos nem nunca passaram fome: "Podíamos usar roupas usadas, velhas, dadas, mas estavam limpas. Podia não haver dinheiro para comprar carne mas tínhamos, pelo menos, arroz todos os dias. Arroz e leite. Não passávamos fome, do ponto de vista quantitativo."

Passar fome, passou mais tarde, enquanto estudante universitário. Quando pediu uma bolsa de estudo e a viu recusada, Pedro Choy sentiu uma revolta grande. "Eu era a pessoa mais pobre do meu curso. Se eu não tinha direito à bolsa, quem é que tinha? Investiguei e descobri que os bolseiros eram filhos de empresários, que pura e simplesmente não faziam declarações de rendimentos."


E assim, sem bolsa, foi trabalhar. De resto, mesmo antes de entrar para a faculdade, aos 14 anos, prevendo qualquer dificuldade tentou armazenar dinheiro e trabalhou na Compal, em Almeirim. Era higienista, nome pomposo que, na prática, significava lavar a fábrica toda. "Foi o cargo que escolhi porque era o mais bem pago. Tinha um subsídio de risco porque era necessário lavar as máquinas por dentro. E às vezes havia acidentes. Além disso, era preciso carregar às costas sacos de 50 quilos de soda cáustica. E a soda cáustica, como o nome indica, é...cáustica."

Além desse trabalho, teve outros: na apanha do tomate, nas vindimas, como servente de pedreiro. Mas o dinheiro amealhado não foi suficiente e, na universidade de Coimbra , onde foi tirar Medicina, passou fome. "Comia uma vez por dia, ao almoço, na cantina da universidade de Coimbra . Não tocava na maçã e no pão. Embrulhava-os e levava para casa, para me servirem de ceia. É difícil dormir quando se tem fome."

Para dar a volta, rompeu com uma das suas convicções, a de que ensinar karaté devia ser gratuito. "A fome faz repensar algumas convicções". Algum tempo depois de se tornar mestre de karaté, convidaram-no para ser segurança. Foi segurança de discotecas e, mais tarde, foi convidado para ser guarda-costas. "Fui guarda-costas de algumas figuras conhecidas por esse mundo fora. Era contratado para fazer reforço de segurança, ou seja, em circunstâncias de perigo. Isso permitia-me trabalhar durante duas semanas, três semanas, um mês, a remunerações absolutamente impensáveis."

Pedro Choy chegou ao 4º ano de Medicina mas depois interessou-se mais por um curso de Medicina Tradicional Chinesa, na Universidade de Marselha. Os outros dois irmãos são médicos e a irmã é bióloga e uma das mais reputadas investigadoras na área da genética. Uma família de vencedores. Talvez porque o pai sempre lhes tenha exigido o máximo, que fossem os melhores. Talvez porque cresceram a ver a mãe num empenho extraordinário para cuidar de quatro filhos numa terra estranha, onde era vista como um extra-terrestre. Talvez porque sim, porque lhes está na massa do sangue. Pedro Choy tem 18 clínicas, espalhadas por todo o país, ostentando o seu nome, um nome que foi alvo de zombaria e que hoje é um nome de sucesso. Ninguém diria que o homem por detrás do nome nasceu pobre. Mas nasceu. Muito pobre. A prova provada de que é possível mudar o destino. Ou, como diz o provérbio chinês: "É melhor acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão."




Fonte: revista Nós, do jornal i, de Sábado, 27 de Fevereiro de 2010